terça-feira, 18 de junho de 2013

Qual Milho de Pipoca você é? ( texto reflexivo p/ quem aprecia leitura)?

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A transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar as pessoas para que elas venham a ser o que devem ser.
O milho de pipoca não é o que deve ser.
Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro.
O milho de pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer.
Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.
Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.
Assim acontece com gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira.
São pessoas de uma mesmice e uma dureza assombrosas. Só elas não percebem. Acham que é o seu jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo.
O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor.
Pode ser o fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder o emprego, ficar pobre.
Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão, sofrimentos cujas causas ignoramos.
Há sempre o recurso do remédio. Apagar o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação. pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer.
Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz.
Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo a grande transformação acontece:
Bum!
E ela aparece como uma outra coisa completamente diferente que ela mesma nunca havia sonhado.
Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar. São aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisas mais maravilhosas do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura. O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria a ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada.
Seu destino é o lixo.
E você o que é?
Uma pipoca estourada ou um piruá?

Texto de Rubem Alves                                                                                                                                    Profº Levi

Procura da Poesia

Procura da Poesia

Carlos Drummond de Andrade

Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.

Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro
são indiferentes.
Nem me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.

Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.

O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.

Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.

Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.

Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.

Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?

Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Situação de aprendizagem para o texto "Pausa" de Moacyr Scliar

Público alvo: 9.º ano

Objetivos: despertar a sensibilidae do aluno para o texto literário, revisar os elementos essenciais de uma crônica.

Preparação para a leitura:

- Levantamento de hipóteses das expectativas dos alunos em relação ao assunto e o título do texto;

- Informaçôes sobre o autor da crônica.

Leitura silenciosa e oral compartilhada.

Após a leitura:

- Verificar o que mais chamou a atenção dos alunos na história.

- Qual o tema discutido?

- Ligação entre as hipóteses e as respostas que os alunos obtiveram depois da leitura. O que se confirmou? Quais foram negadas?

Exploração do texto:

- Questões de compreensão e interpretação.

Revisão do gênero crônica:

- Retomando o texto lido, enfatizar com os alunos os elementos da narrativa.

"A narrativa é um relato centrado num fato ou acontecimento; há personagens e um narrador que relata os fatos. O tempo e o ambiente são outros elementos importantes. O enredo é o desenrolar dos acontecimentos e geralmente está centrado num conflito, responsável pelo nível de tensão da narrativa.

Atividade proposta:

- Pesquise uma outra crônica do autor e destaque os seus elementos essenciais
 
 
Professora Márcia Eliana Moya

domingo, 16 de junho de 2013

Sequência didática



 Sequência didática


Olá pessoal!
Estou postando alguma coisa da minha sequência didática para a apreciação de vocês.

 Eu fiz dessa maneira, porque as minhas turmas são do 6o. Ano.
Então, eu passei os textos para os alunos lerem primeiro em silêncio depois, nós fizemos uma leitura compartilhada e o que aconteceu, é que eles gostaram bastante do Avestruz, pois, é divertido e ao mesmo tempo curioso.
E também, fizeram uma representação na sala.

 Agradeço aos comentários! 
Um braço.
Professora Joana 


Olá pessoal! Desculpem-me a falha. O texto escolhido para esta sequência didática foi:  
Avestruz
De Mário Prata

sábado, 15 de junho de 2013

Uma situação de aprendizagem que também valeu a pena!
 
Com minha turma do 9º ano apresentei o texto: "Meu primeiro beijo" de Antônio Barreto .



Pedi que fizessem uma leitura individual. Depois, cada um leu um trecho solicitado por mim. Para melhor esclarecimento, fiz a leitura geral com eles. Nessa, percebi que muitos não havia entendido o texto, mas logo conseguiram entender. Após a leitura, fizemos uma discussão e pedi que, por livre espontânea vontade, alguns falassem de sua experiência, ou seja, seu primeiro beijo. A sala caiu na risada e muitos com vergonha. Daí então trabalhei com a intertextualidade. Mostrei os benefícios do beijo e também os perigos que podem causar. Eles amaram. Surgiram muitas perguntas e experiências. No final, solicitei que elaborassem um artigo de opinião sobre o assunto.
 
Profº Levi de Oliveira Leal     

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Situação de Aprendizagem


Queridos colegas e outros participantes,


 No encontro presencial, meu grupo ficou com o texto "Meu primeiro beijo” de (Clarice Lispector), a partir deste texto fizemos a análise dele e como se tratava de uma atividade para 9º ano (8ª série), propusemos que os alunos fizessem uma narrativa contando como foi a experiência para sua primeira viagem à praia. Por que à praia? Porque no texto cita excursão e vista para a serra.

A princípio, alguns colegas de outros grupos acharam que este texto era muito "forte" para está série. Mas, após nossos argumentos, conseguimos convencer alguns cursistas.

Acreditamos que cada série tem sua fase e suas interpretações e por isso consideramos que o texto não era tão pesado como parece. Até porque está dentro do contexto da realidade de muitos. Logo apontamos alguns aspectos como elementos de coesão num texto para que os alunos pudessem identificá-los e quais suas funções para se obter uma coerência.


Quanto aos textos de Joaquim Dolz & Bernardo Schneuwly e Roxane, discutimos sobre sequência didática nas diversas atividades de leitura e escrita, não esquecendo a oralidade.


Professor Levi de Oliveira Leal                                                                        

                                                                                                         14/06/2013

sexta-feira, 7 de junho de 2013

"Quem mal lê, mal ouve,mal fala, mal vê"
                                                    Monteiro Lobato


"A palavra é o instrumento irresistível da conquista da liberdade"
                                                     Rui Barbosa


Profa. Márcia